quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Doe Sangue, Salve Vidas!

Quase que diáriamente recebemos mensagens solicitando a doação de sangue seja para pessoas conhecidas ou não, mas o fato é que os Bancos de Sangue, vinculados ou não aos sistemas hospitalares, carecem de plasma sanguíneo na quantidade necessária para o atendimento de cirurgias emergenciais e para os tratamentos continuados, quando a transfusão é a única alternativa para a continuidade da vida do paciente.

O sangue doado é usado para assegurar um direito primordial, o direito à vida.

Sua atitude em doar sangue é a esperança de muitos pacientes que precisam de sangue para continuar vivendo.

Como não há substituto para o doador, ele é especial. É preciso que pessoas saudáveis doem regularmente.

Cada doador pode salvar até quatro vidas, esse deve ser um motivo de alegria para quem doa sangue e um incentivo para que gesto tão grandioso venha a tornar-se um hábito, o de salvar vidas.

Na temporada de verão, quando muitas pessoas saem nas merecidas férias, a situação se agrava, pois diminuindo a quantidade de pessoas nas cidades, diminui também a quantidade de doadores e o resultado é a total ausência de sangue em diversos hospitais.

Eles não têm sangue, nem doadores.

A imprensa noticia seguidamente a situação, e é comum vermos notas nos jornais e na televisão, mas de pouco adianta.

Doe sangue com responsabilidade: Você sabe o que é janela imunológica?

É o período entre a contaminação da pessoa por um determinado agente infeccioso (HIV, hepatite...) e a sua detecção nos exames laboratoriais.

No período da janela imunológica, os exames são negativos, mas mesmo assim o sangue doado é capaz de transmitir o agente infeccioso aos pacientes que o receberem.

A sinceridade ao responder as perguntas do questionário que antecede a doação é importante para evitar a transmissão de doenças aos pacientes.

Por especial gentileza, repassem esta mensagem para quem vocês puderem, para construir uma grande corrente de solidariedade, pois a situação dos Bancos de sangue, principalmente nesta época do ano, é realmente dramática.

Orientações para doadores de sangue

Para doar, basta dirigir-se a um dos bancos de sangue abaixo, portando a sua carteira de identidade ou qualquer documento similar, apresentando- se como doador.

Existem critérios que permitem ou que impedem uma doação de sangue, que são determinados por normas técnicas do Ministério da Saúde, e visam a proteção ao doador e a segurança de quem vai receber o sangue.

O doador deve:

1 - Trazer documento oficial de identidade com foto (identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira do conselho profissional ou carteira nacional de habilitação);
2 - Estar bem de saúde;
3 - Ter entre 18 e 65 anos;
4 - Pesar mais de 50Kg;
5 - Não estar em jejum; evitar apenas alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação.

Impedimentos temporários:
1 – Febre
2 - Gripe ou resfriado
3 – Gravidez
4 - Após parto normal (90 dias) e cesariana (180 dias)
5 - Uso de alguns medicamentos
6 - Pessoas que adotaram comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis (Não utilização de preservativos)

Cirurgias e prazos de impedimentos:
1 - Extração dentária: 72 horas
2 - Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: 3 meses
3 - Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia: 6 meses
4 - Ingestão de bebida alcoólica no dia da doação
5 - Transfusão de sangue: 1 ano
6 - Tatuagem: 1 ano
7 - Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina

Impedimentos definitivos:
1 - Hepatite após os 10 anos de idade
2 - Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas
3 - Uso de drogas ilícitas injetáveis
4 - Malária

Intervalos para doação:
- Homens: 60 dias (até 4 doações por ano)
- Mulheres: 90 dias (até 3 doações por ano)

Cuidados pós-doação
1 - Evitar esforços físicos exagerados por pelo menos 12 horas
2 - Aumentar a ingestão de líquidos
3 - Não fumar por cerca de 2 horas
4 - Evitar bebidas alcóolicas por 12 horas
5 - Manter o curativo no local da punção por pelo menos de 4 horas
6 - Não dirigir veículos de grande porte, trabalhar em andaimes, praticar paraquedismo ou mergulho

Em caso de dúvidas, entrar em contato com os Bancos de Sangue pelos telefones abaixo:

1 - HEMOBANCO - Banco de Sangue Privado
Horário de atendimento: 8h às 19h de 2ª feira até sábado
Endereço: Rua Capitão Souza Franco, 290 - Bigorrilho (próximo ao Hospital Evangélico, esquina com a Rua Saldanha Marinho)
Telefone: 41 3079-5553

2 - BIOBANCO - Banco de Sangue Público
Horário de atendimento: 7h às 18h de 2ª até 6ª feira e sábados das 9h30 às15h
Endereço: Av.Agostinho Leão Junior, 108 (Hospital de Clínicas, esquina com a Rua Gal.Carneiro)
Telefone: 41 3360-1875

3 - Banco de Sangue do Hospital Erasto Gaertner - Banco de Sangue Privado
Horário de atendimento: 12h às 17h30 de 2ª até 6ª feira
Endereço: Rua Dr.Ovande do Amaral, 201 - Jardim das Américas (Dentro do Hospital Erasto Gaertner, próximo a Escola Técnica do UFPR)
Telefone: 41 3361-5038

4 - Banco de Sangue da Santa Casa - Banco de Sangue Privado
Horário de atendimento: 8h às 12h e das 14h às 16h de 2ª até sábado. Endereço: Praça Rui Barbosa, 694
Telefone: 41 3322-2387 GERAL: 41 3320-3500

5 - Banco de Sangue do Hospital Nossa Senhora das Graças - Banco de Sangue Privado.
Horário de atendimento: 8h às 18h de 2ª até 6ª feira.
Endereço: Rua Alcidez Munhoz, 433 - Mêrces (esquina com a Rua Jacarézinho)
Telefone: 41 3240-6060

6.- HEMEPAR - Banco de Sangue Público
Horário de atendimento: 7h30 às 19h de 2ª até 6ª feira e no sábado das 8h às 17h.
Endereço: Tv. João Prosdócimo, 145 - Alto da XV (paralela com a Rua Ubaldino do Amaral, esquina com a Rua Amintas de Barros, próximo ao Estádio Couto Pereira e ao lado Hospital Oswaldo Cruz)
Telefone: 41 3362-2030, 08006454555 ou disque-sangue 3262-7676

7.- Unidade Móvel de Coleta de Sangue do HEMEPAR no Hospital do Trabalhador
Horário de atendimento: 12h às 17h, somente nas 5ª feiras.
Endereço: Av. Répública Argentina, 4406 - Portão (Hospital de Trabalhador, em frente a Estação Tubo do ônibus expresso biarticulado Hospital do Trabalhador)
Telefone: 3212-5700 (PABX) ou 3212-5710 (Serviço Social)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Em homenagem ao João Henrique, não à violência!

Amigos e Familiares do João Henrique, em especial a sua mãe Anna e o seu pai Toni, recebam as minhas condolências e solidariedade neste momento tão triste, com a certeza de que ele viverá para sempre nos seus corações.



Em homenagem ao João Henrique, não à violência!

Embora timidamente, percebemos que existe um grande projeto de toda a sociedade, governos e sociedade civil organizada ou não, e pessoas de bem, no sentido de acabar com a miséria material que condena seres humanos à fome e a indigência.

Mas outra tarefa se impõe, muito maior, tão imediata necessária quanto a fome e a pobreza material: a miséria de princípios, de moral e de ética, que se instalou no mundo, e que aflige a todos nós.

Precisamos iniciar uma cruzada contra a mais vergonhosa face desta miséria moral, a violência desenfreada que diuturnamente ceifa a vida dos jovens brasileiros, nossa esperança de um futuro melhor, mais justo e solidário.

Durante o último período da história, o pensamento hegemônico da sociedade capitalista em que vivemos nos fez pensar que a mera acumulação de bens e riquezas materiais é o que nos tornaria felizes, e egoisticamente não entendemos que isto nos limitou a sermos consumidores, quando deveríamos ser cidadãos.

O custo desta acumulação material desenfreada, a cada dia se torna mais claro e visível, sentido na qualidade do ar que respiramos, nos filhos que perdemos para as drogas, sejam lícitas ou ilícitas, nas vidas tiradas sem qualquer sentido ou razão e nos muros e cercas que construímos para nos proteger.

Na televisão, o que vemos, são programas que glorificam a violência, com o fim único de vender ilusão, desde álcool e cigarros até armas, produzindo o ser humano violento de amanhã.

No dia-a-dia, esta violência se reproduz, transformando crianças e jovens: uns em vítimas inocentes, outros em assassinos desalmados.

Está na hora de preservarmos, em primeira grandeza, a saúde e a segurança dos nossos filhos, da qualidade da sua educação e o seu desenvolvimento enquanto cidadãos úteis à família e à sociedade, preparados material, mas principalmente espiritualmente para a construção de um futuro melhor para todos os habitantes da Terra.

Para que imbuídos de sentimentos de fraternidade e de compaixão, de amor e de respeito ao próximo, de “ser” ao invés de “ter”, sentimentos que efetivamente fazem a vida valer a pena ser vivida.

Esta é a missão que temos que cumprir.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tem dias em que a gente se sente como quem partiu ou morreu...

Tem dias em que a gente se sente como quem partiu ou morreu...

(parte da música Roda Viva – Chico Buarque de Holanda)

Por diversas vezes passamos por situações desagradáveis, contrárias ao nosso desejo e ficamos nos perguntando: Porque eu? Porque comigo? Porque agora?

Com o avançar dos anos, embora continuemos a nos questionar, após algum estudo e muitas experiências, passamos a ter uma visão de mundo e das pessoas, diferentemente daquela que tínhamos quando mais jovens, então descobrimos que: nem todas as coisas são "legais", não somos tão “poderosos” quanto gostaríamos e ninguém é perfeito.

Mais que isso, entendemos que não estamos sozinhos no universo, fazemos parte de um todo e principalmente, que o todo faz parte de nós, pois a centelha divina da criação pulsa em cada um, tornando-nos simultaneamente criador e criatura; criatura e criador.

Portanto, o que temos que entender de uma vez por todas é que as dúvidas, as angústias, os medos e a insegurança pertencem a uma “conspiração do astral superior" que contribui para o nosso crescimento material e espiritual, e o mais importante é saber que o objetivo final é melhorarmos a cada dia, cumprindo a missão do homem que é evoluir.

Resumindo, somos indivíduos, parte do universo e também somos o universo, tudo ao nosso redor é uma extensão do que somos, existe uma clara e direta interdependência.

Por isso, simplesmente: Acredite e confie em si mesmo e na sabedoria superior que criou você!

Para começar, admita as suas confusões, medos, angústias ou falhas, pois quando você é honesto consigo sobre cada uma das nuances da sua vida, fica pronto para o entendimento que a confiança em si e a confiança na verdade absoluta são uma só e a mesma.

Assuma uma atitude de rebeldia quanto ao pensamento hegemônico que prega um só estilo de vida, como se todos fossemos iguais, somos diferentes sim e isso só nos engrandece.

A rejeição deste modelo não significa que você seja um louco revolucionário, um anarquista, mas ao contrário, um adepto da verdadeira significação da vida, na busca do religare, da reaproximação com o divino.

Confie sempre, sabendo que ao confiar não significa que você não passará por maus momentos, haverá com toda a certeza, altos e baixos enquanto viver neste plano físico.

Não há felicidade sem a experiência contrária de infelicidade, os opostos existem, não só no plano físico. Considere que essa é também a sua realidade e não abandone a confiança, mesmo quando o seu ego achar que as coisas deveriam ser diferentes do que são.

Comece a procurar o significado nas coisas ruins, o ensinamento colocado, não se permita observar apenas os momentos infelizes, ao invés de identificar a totalidade dos aspectos positivos e negativos e da alternância deles em sua vida.

Somente a partir desta perspectiva, você não estará mais à mercê do seu ego, insistindo de que tudo deve ser perfeito e que, quando não é, você tem motivos para perder a confiança.

Os maus momentos são apenas a condição do plano físico, mas não a sua essência, isso somente você é, como parte da sabedoria invisível o que criou.

Há uma sabedoria infinita nesta idéia de confiança, qualquer pessoa pode perceber que os problemas existem, mas o indivíduo espiritualmente confiante percebe que a solução também existe.

Quando confia em si mesmo, não está procurando por soluções para os problemas de sua vida em alguém ou em algo fora de você, em vez disso, você permanece confiante, atraindo a energia positiva que traz a solução.

Pegue seus problemas mais sérios e envie-os para Deus.

Diga algo como: "Eu não tenho sido capaz de resolver estas questões em minha vida e usei de todo o meu conhecimento aplicando todas as técnicas que conheço, agora gostaria de mostrar minha confiança na força divina ao simplesmente enviá-las as vossas mãos”.

Ao fazer isso, reconheça e confie na energia – Deus - e confie que essa ação levará à resolução destes problemas.

Asseguro-lhe que este método o coloca em contato direto com um poder superior que pode ser encontrado em qualquer coisa do plano terreno, independente de acreditar ser externo ou separado de você, pode ter a certeza de que as coisas mudarão.

Tenha fé...

"Você tem a capacidade divina de realizar e atrair tudo o que você precisa ou realmente deseja!"

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Odoyá Iemanjá

IEMANJÁ

(Texto extraído do livro “Os Orixás”, publicado pela Editora Três)

O perfil do Orixá

Comparada com as outras divindades do panteão africano, o Orixá feminino ioruba Iemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa, pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé.

Pelo sincretismo, porém, muita água rolou. Os jesuítas portugueses, tentando forçar a aculturação dos africanos e a aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos, procuraram fazer casamentos entre santos cristãos e Orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos.
Para Iemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante que as outras divindades femininas, o que foi assimilado em arte por muitos ramos da Umbanda.

Mesmo assim,não se nega o fato de sua popularidade ser imensa, não só por tudo isso, mas pelo caráter, de tolerância, aceitação e carinho.É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos.

São extremamente concorridas suas festas. É tradicional no Rio de Janeiro, em Santos (litoral de
São Paulo) e nas praias de Porto Alegre a oferta ao mar de presentes a este Orixá, atirados à morada da deusa, tanto na data específica de suas festas, como na passagem do ano. São comuns no reveillon as tendas de Umbanda na praia, onde acontecem rituais e iniciados incorporam caboclos e pretos-velhos, atendendo a qualquer pessoa que se interesse.

Na África, a origem de Iemanjá também é um rio que vai desembocar no mar. De tanto chorar com o rompimento com seu filho Oxóssi, que a abandonou e foi viver escondido na mata junto com o irmão renegado Ossaim.
Iemanjá se derreteu, transformando-se num rio que foi desembocar no mar. É a mãe de quase todos os Orixás de origem ioruba (com exceção de Logunnedê), enquanto a maternidade dos Orixás Daomeanos é atribuída a Nanã.

É portanto semelhante às outras mães da água, o que é compreensível, já que as diferentes tribos e nações acabaram por desenvolver o culto a um Orixá feminino específico, que relacionavam com um rio da região. No caso de Iemanjá, as lendas africanas já a identificavam com o mar, como podemos perceber pela narrativa recolhida por Pierre Verger:
"Iemanjá seria a filha de Olokum, deus (no Daomé, atual Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Em uma história de Ifé ela aparece casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei do Ifé, com o qual teve supostamente dez (10) filhos.
Iemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao oeste. Outrora, Olokum lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado (...) com a recomendação de quebrá-la no chão em caso de extremo perigo. E assim Iemanjá foi instalar-se no Entardecer-da-Terra, o Oeste.

A lenda diz que Olofin, rei de Ifé, lançou o exercito à sua procura, o que fez Iemanjá, no esconderijo, quebrar a garrafa. Teria, então, na mesma hora, se formado um rio que a tragou, levando-a para Okum, o oceano; morada de seu pai Olokum.
Apesar dos preceitos tradicionais relacionarem tanto Oxum como Iemanjá à função da maternidade, pôde estabelecer-se uma boa distinção entre esse conceitos.

As duas Orixás não rivalizam (Iemanjá praticamente não rivaliza com ninguém, enquanto Oxum é famosa por suas pendências amorosas que a colocaram contra Iansã e Oba). Cada uma domina a maternidade num momento diferente.

Características dos filhos de Iemanjá

No arquétipo psicológico, expandem-se as características insinuadas pela descrição dos mitos e lendas de Iemanjá. Também fica fácil entender os conceitos principais se mantivermos a comparação com o Orixá Oxum. Como os filhos da mãe da água doce, os de Iemanjá, também gostam de luxo, das jóias caras e dos tecidos vistosos. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.

Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.
Como são pessoas presas ao arquétipo da mãe, a família e os filhos têm grande importância na vida dos filhos de Iemanjá. A relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais como respeito e principalmente hierarquia.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.
Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades a longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.

Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros.

Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de amigos, porém, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais.

domingo, 16 de novembro de 2008

Umbanda 100 Anos - Uma justa homenagem



Aranauam, Axé, Kolofé, Motumbá, Mucuiú, Salve, Saravá, seja qual for a saudação utilizada, sejam todos muito bem vindos ao Blog do Paulão!

Este Blog é dedicado a todos vocês que, anonimamente, escrevem a história da Umbanda no seu dia-a-dia, preservam as suas tradições e que com a sua participação nos trabalhos de caridade, seja na corrente mediúnica, seja na assistência, ajudam a construir um mundo melhor, um mundo de Paz e Amor, um mundo que completa neste 2008 “100 anos de Fé e Caridade” e que com toda a certeza completará outros incontáveis centenários.

Ao comemorar o primeiro centenário da Umbanda, tenta-se resgatar um pouco da nossa história e ao mesmo tempo buscar a nossa afirmação enquanto religião, exigindo o mesmo tratamento e respeito que as outras religiões possuem.

Dentre as suas características, a mais marcante é de ser a síntese da formação da sociedade brasileira, assimilando e mesclando rituais, crenças e símbolos, do catolicismo popular, do espiritismo kardecista, dos cultos africanos, da pajelança indígena, de tradições orientais e de elementos magísticos, perfeitamente integrados, resultando nessa maravilhosa religião, que integra e auxilia no dia a dia dos médiuns e dos freqüentadores de terreiros, melhorando o cumprimento da tarefa cármica de melhorar a cada dia, resgatando nesta encarnação a missão do homem de evoluir, através do seu desenvolvimento espiritual.

Mas, mesmo com estes objetivos tão nobres, ainda nos falta o respeito e reconhecimento social, a religião ainda é estigmatizada e os seus praticantes sofrem toda a sorte de discriminação, sendo muito comum ouvir-se que a umbanda é coisa do demônio.

A Umbanda deu os seus primeiros passos no mesmo período em que a sociedade brasileira vivenciava um forte processo de transformação. A hegemonia econômica da agricultura começava a ceder espaço para a nascente industrialização, que trazia consigo novas classes sociais.Apesar da liberdade religiosa conquistada com a República, o longo destes 100 anos, a Umbanda foi muito perseguida e discriminada, primeiro pela polícia, o Código Penal de 1890 proibia "praticar o espiritismo, a magia e seus sortilégios". O código de 1942 ainda reprimia os "feiticeiros", mas não todos, apenas os acusados de usarem os seus poderes para o mal.

Na década de 1950, um novo inimigo igualmente forte, a Igreja Católica. A campanha religiosa nos púlpitos e na imprensa só diminuiu depois do Concílio Vaticano II (1962-65), mas a trégua foi curta. A partir da década de 1970, iniciou a perseguição, com um vigor ainda maior por grupos de seguidores das novas religiões pentecostais, mas, apesar de tudo conseguimos resistir e crescer, confirmando a nossa participação no rol de religiões praticadas pelo povo brasileiro.

Oxalá permita, que o movimento de revitalização da Umbanda, impulsionado pela comemoração dos 100 anos não pare por aqui, mas que se transforme em um fórum permanente de debate, que possa produzir o reconhecimento necessário pela sociedade brasileira e principalmente ajude a acabar com a discriminação sofrida pela religião e pelos seus praticantes.