domingo, 16 de novembro de 2008

Umbanda 100 Anos - Uma justa homenagem



Aranauam, Axé, Kolofé, Motumbá, Mucuiú, Salve, Saravá, seja qual for a saudação utilizada, sejam todos muito bem vindos ao Blog do Paulão!

Este Blog é dedicado a todos vocês que, anonimamente, escrevem a história da Umbanda no seu dia-a-dia, preservam as suas tradições e que com a sua participação nos trabalhos de caridade, seja na corrente mediúnica, seja na assistência, ajudam a construir um mundo melhor, um mundo de Paz e Amor, um mundo que completa neste 2008 “100 anos de Fé e Caridade” e que com toda a certeza completará outros incontáveis centenários.

Ao comemorar o primeiro centenário da Umbanda, tenta-se resgatar um pouco da nossa história e ao mesmo tempo buscar a nossa afirmação enquanto religião, exigindo o mesmo tratamento e respeito que as outras religiões possuem.

Dentre as suas características, a mais marcante é de ser a síntese da formação da sociedade brasileira, assimilando e mesclando rituais, crenças e símbolos, do catolicismo popular, do espiritismo kardecista, dos cultos africanos, da pajelança indígena, de tradições orientais e de elementos magísticos, perfeitamente integrados, resultando nessa maravilhosa religião, que integra e auxilia no dia a dia dos médiuns e dos freqüentadores de terreiros, melhorando o cumprimento da tarefa cármica de melhorar a cada dia, resgatando nesta encarnação a missão do homem de evoluir, através do seu desenvolvimento espiritual.

Mas, mesmo com estes objetivos tão nobres, ainda nos falta o respeito e reconhecimento social, a religião ainda é estigmatizada e os seus praticantes sofrem toda a sorte de discriminação, sendo muito comum ouvir-se que a umbanda é coisa do demônio.

A Umbanda deu os seus primeiros passos no mesmo período em que a sociedade brasileira vivenciava um forte processo de transformação. A hegemonia econômica da agricultura começava a ceder espaço para a nascente industrialização, que trazia consigo novas classes sociais.Apesar da liberdade religiosa conquistada com a República, o longo destes 100 anos, a Umbanda foi muito perseguida e discriminada, primeiro pela polícia, o Código Penal de 1890 proibia "praticar o espiritismo, a magia e seus sortilégios". O código de 1942 ainda reprimia os "feiticeiros", mas não todos, apenas os acusados de usarem os seus poderes para o mal.

Na década de 1950, um novo inimigo igualmente forte, a Igreja Católica. A campanha religiosa nos púlpitos e na imprensa só diminuiu depois do Concílio Vaticano II (1962-65), mas a trégua foi curta. A partir da década de 1970, iniciou a perseguição, com um vigor ainda maior por grupos de seguidores das novas religiões pentecostais, mas, apesar de tudo conseguimos resistir e crescer, confirmando a nossa participação no rol de religiões praticadas pelo povo brasileiro.

Oxalá permita, que o movimento de revitalização da Umbanda, impulsionado pela comemoração dos 100 anos não pare por aqui, mas que se transforme em um fórum permanente de debate, que possa produzir o reconhecimento necessário pela sociedade brasileira e principalmente ajude a acabar com a discriminação sofrida pela religião e pelos seus praticantes.

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